domingo, 17 de janeiro de 2010

Poucas coisas me comovem, essa foi uma delas.

Sou uma pessoa que costumo ficar sempre antenado e presto a atenção em tudo que se passa a minha volta. E chego a admirar a minha memória visual pra algumas coisas e mais ainda pela minha memória auditiva, basta a pessoa me falar algo uma vez que com certeza eu não esquecerei e mesmo com o passar dos anos eu me lembro e com riqueza de detalhes.

No ultimo programa Profissão Repórter exibido pela TV Globo, foi transmitido um programa com a Dra. Maria Goretti Maciel, a pioneira no Tratamento Paliativo do Hospital Servidor Publico de São Paulo, 9 anos e mais de 3.000 pacientes e sinceramente eu cheguei a me emocionar com tal reportagem, uma mistura de sentimentos que vinha desde a admiração pelo trabalho tão especial desta cidadã como também pelo sofrimento que as pessoas ali chegam e portando uma doença cruel na qual ela, com todo o seu empenho é capaz de lidar e ajudar a amenizar tais sofrimentos. Uma vida onde ela ajuda ao próximo e faz com que o sofrimento seja menos dolorido e amenizado através de carinho e compreensão, é um tratamento não tão agressivo para com os seus pacientes, uma dedicação de amor imensurável e admirável, pois a mesma há algum tempo atrás viu seu pai partir pelo motivo de tal doença e não esmoreceu o seu modo de agir.

O ponto mais forte desse programa é a maneira como ela tratava a todos os seus pacientes e ao chegar em sua casa e poder passar pra seus filhos (um casal Felipe e Leila) todo o amor de mãe e ensiná-los que o amor é um sentimento maior, que vem de dentro, sem pedir nada em troca e que as vezes nos trazem alegrias e tristezas mas sem nos fazer perder as esperanças no dia seguinte.

A minha emoção veio à tona quando um senhor (Jose Lamana Neto) com sua esposa (Guilhermina Lamana) casados há 55 anos, no leito hospitalar declarou em rede nacional todo o amor que sentia pela sua tão amada esposa e que ali estava a pessoa que ele mais amava e admirava com lágrimas nos olhos ele fez a declaração de amor mais linda que eu já vi em toda a minha vida, e olha que não sou nenhum menino. Eu posso dizer que me arrepiei e senti ali um verdadeiro sentimento que me deixou sem palavras e mais sem palavras fiquei ao ouvir a repórter narrar que aquela senhora morreria alguns minutos após aquela declaração de amor.

Olha, o sentimento de perda é um dos piores sentimentos que a gente pode ter, mas naquele caso, o senhor em si perdeu um grande amor, mas com certeza a deixou partir sabendo de tudo que sentiu, sentia e sentirá ainda por aquela mulher. Uma alma regada de amor e que pra onde foi encaminhada, chegou serena e calma, afinal esta bendita alma teve aquilo que muitas pessoas passam a vida toda correndo atrás e que nunca ouviram e nem sentiram (o amor verdadeiro) Gostaria de conhecer mais a fundo o trabalho da Dra Maria Goretti e dizer que além dela colecionar quadros, livros, pingentes e outras coisas mais de recordação dos seus tão amados pacientes, ela pode dizer que vai guardar não só a minha admiração, mas de muitas pessoas. Parabéns Dra. Maria Goretti a senhora doutora é de tirar o chapéu.

Foto extraída do site: http://www.praticahospitalar.com.br/pratica%2036/imagens/maria-goretti.jpg