Bom sai da minha casa cedo, e como gosto de preparar o meu espírito pra tal, eu nem me importei de acordar cedo e nem nada, e fui pro meu encontro familiar, um tempo bom e passei um calor danado, mas como era pra estar ao lado da minha mãe tudo valia à pena, bom depois de tudo semi pronto e com algumas pendências que ficaram pra próxima semana, eu me despedi da minha mãe e prima e voltei pra minha casa e como ela está morando atualmente em Franco da Rocha/SP um município pra lá de longe e só sei ir de trem pra lá, lá fui eu, pegar o trem pra voltar pra Estação da Luz e fazer uma baldeação pro metrô sentido Jabaquara e não é que eu me senti meio que nu mesmo estando vestido! Afinal de contas eu peguei o comboio das 16 horas e não é que achei lugar vago pra sentar e por incrível que pareça um anjo também achou um lugar vago bem na minha frente, eu sentado de no sentido direito do trem e ele sentado naqueles bancos que aqui em Sampa se chamam de banco dos bobos, aqueles que ficam atravessados bem de lado e que dão de frente com os outros bancos, eu acho uó sentar ali, parece que a gente não tem opção de olhar a não ser pra pessoa que está a nossa frente e eu procuro sempre o banco normal e só escolho aquele se por falta de opção mesmo.
E como eu estava sentado e com os braços cruzados em cima da minha bolsa, onde continha documentos, celular e a minha blusa, pois estava um calor danado, eu simplesmente cruzei os braços em cima dela para acaso algum amigo do alheio quisesse fazer uma graça ia ser difícil de tirar dos meus braços e ainda ia levar umas bordoadas pra aprender, mas isso não vem ao caso (risos) Simplesmente o tal anjo eu nem falei com ele, alias eu apenas notei que ele não tirava os olhos de mim, e fixou tanto o olhar em mim que ficou difícil de eu não olhar, pois o mesmo era uma graça, fortinho do jeito que eu gosto, estava de bermudão, sapatos, camisa e blusa também, branco, cabelos e olhos castanhos escuros, deveria ter 1,80m e no máximo uns 25 anos, barba por fazer mas sem aquele aspecto de sujo uma graça mesmo, fiquei encantado e ele pelo que notei por mim também mas só naqueles lances de olhar mas de tal maneira que me deixava até sem graça pois parecia que ele não estava vendo que estávamos em um vagão de trem e tinha muita gente, isso chegou a me causar um certo desconforto pois cá entre nós as pessoas poderiam notar isso e sermos alvos de comentários e isso não é legal e não cai bem. Porque por mais que eu seja liberal, certas coisas pra mim têm limite. Eu fui ficando tão sem graça de tanto que o rapaz me encarava que por muito pouco não comecei a rir e me senti meio que perdido, e pensando: - Já pensou se ele tivesse a coragem de vir falar comigo? O que eu iria fazer? Afinal ali era um trem e eu já não sou um jovem inconseqüente e nem tão pouco um homem que está nos perfis de beleza aceitável, sou um cara normal e com 4.4 com as peças originais (risos), mas sei o meu lugar e como sempre eu prefiro cantar a ser cantado apesar de estar na fase de caçador, mas que fiquei tentado isso eu fiquei e sinceramente como eu gostaria de ter uns 20 anos a menos e não me esquentar com nada e nem tão pouco com o que os outros possam pensar de mim, afinal quem estava sendo comigo com os olhos era e ois outros que se mordessem de raiva, eu quase chamei o rapaz de lado e disse pra ele – Quer fazer o favor de vestir a minha roupa ( risos ) tamanho era a maneira como ele me olhava, e a sabe que eu comecei a olhar pra ele quando o mesmo estava vendo outra coisa e cá entre nós, uma delicia de rapaz, um gatinho, mas ainda não perdi o juízo e nessa altura do campeonato não sei se faria isso, hoje com a maturidade eu tenho os meus medos e por culpa deles não me exponho de maneira alguma. Dizia a Dercy Gonçalves há alguns anos – Se ele não é ladrão de ladrão, com certeza vai ser ladrão do meu coração e eu não quero isso pra mim não.
Lógico se isso me acontecesse em outra época, em outro lugar e eu estivesse vivendo em outro momento com certeza eu desceria na mesma estação de trem que ele desceu, nem que fosse pra conversar e quem sabe trocarmos nomes e números de telefone e um possível encontro num futuro próximo. Mas como não tinha de ser não foi e se acaso for alguma arte do destino, com certeza iremos nos encontrar mais vezes e quem sabe partiremos para as vias de fato, afinal até as pedras se encontram. Claro sem deslizamento e nem tempestades e com muita segurança e com isso que me aconteceu foi bom pra eu poder ver que não estou deixado de lado e mesmo com a minha cara séria e amarrada eu ainda tenho certo charme, escondido, mas tenho e ainda desperto interesses, ao menos valeu passar por essa saia justa!
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