domingo, 8 de fevereiro de 2009

Quando eu quis gritar e não tinha ninguém pra me ouvir

No final de novembro de 2006 eu estava passando uns dias no apartamento das minhas primas aqui no Guarujá e como sempre estava acessando a Internet de lá e num certo dia numa dessas minhas incursões virtuais me deparei com um grande amigo e amor no MSN, e como fazia tempo que não nos víamos, ele me sugeriu que nos encontrássemos afinal de contas antes de tudo e mais nada éramos amigos íntimos. Esse encontro ocorreu bem na frente do edifício onde eu estava hospedado e matamos a nossa saudade e falamos de tudo que vinha naquele momento, inclusive eu até comentei com ele sobre a moto que ele estava dirigindo e ele disse que tinha acabado de comprar e veio me mostrar e tudo mais e nesse mesmo momento eu o chamei a atenção pelos perigos de uma moto e por ele estar dirigindo descalço. Ele disse que era mais prático que não tinha problema algum, e nosso papo foi chegando ao fim e nos despedimos e ele disse que voltaria a me procurar durante a semana pra tomarmos algo e foi embora.
No decorrer da semana seguinte, eu senti uma saudade danada dele, uma preocupação descabida e um aperto no coração que não tinha nem como expressar, inclusive comentei com minha sobrinha sobre ele e ela até deu risada e falou: - Tio porque você não liga pra saber como ele está, afirmei que ligaria e quando voltei pra casa o fiz, liguei várias vezes seguidas, e não obtive resposta e continuei a ligar e nada e até pensei quando ele ver o meu numero lá no celular identificado ele vai retornar como sempre o fez. Bom continuei a fazer as minhas coisas normalmente e se passaram mais 2 dias e aquela preocupação não passava.
Quando no terceiro dia por volta das 17 horas o meu telefone tocou e apareceu o numero desse meu amigo, eu pensei nossa que bom que ele retornou, ledo engano o meu, não era ele e sim sua mãe que nem me conhecia e queria saber o que eu queria ligando para aquele numero, eu falei que era amigo do filho dela e que queria falar com ele, ela em alta voz e bom disse: - Você não assiste a TV? Não sabe o que aconteceu?
Eu confirmei que não sabia simplesmente ela aos berros me disse: - Não liga mais pra esse numero porque o meu filho morreu em um acidente de moto, a carreta passou por cima dele e o senhor não lê jornais? Eu fiquei meio que fora de mim, procurei o chão embaixo dos meus pés e não encontrei sinceramente eu não sabia nem pra onde correr e nem por quem gritar tamanho foi o meu desespero, nesse dia eu me senti sozinho no mundo e numa tristeza tão grande e vi que de tristeza ninguém morre e descobri que não tinha problemas cardíacos, porque o baque foi grande e assustador, nossa eu não conseguia nem chorar, digo o choro sentido, aquele que até o padre eterno sente pena, não consegui ter reação nenhuma, apenas uma dor de perda que pra mim até nos dias de hoje fico a me perguntar será que aconteceu isso mesmo? Tenho-o no meu MSN e com certeza estou lá no PC que era dele porque não consigo exclui e sinceramente lá no fundo eu gostaria que tudo isso fosse um sonho e que eu acordasse e ele se conectasse, ilusão eu sei mas é que gostaria que fosse realidade.
Estou expondo esse fato pra que as pessoas não se privem de serem felizes e nem procurem subterfúgios pra não tomarem certas atitudes, pois um dia quando a coragem aparecer, pode ser tarde demais e você querer gritar, chorar, expor todas as reações e não ter ninguém por perto pra te consolar, essa é a lei da vida. Eu deixei a banda passar.

Saudade meu bem, Saudade


Como de repente a gente se sente meio que nostálgico e se começa a lembrar de tempos que com certeza não voltaram mais, afinal o tempo passou. Mas dando uma olhadela pra trás vejo que o tempo passou e não fizeram muita coisa pra preservar a memória cultural e daqui mais umas décadas ao citarmos nomes de alguns ídolos com certeza, os jovens vão dar aquele olhar meio que indignados e dizer assim: Nossa quem é fulano? O que ele fez? Era brasileiro?
E hoje como em todos os domingos, adoro ligar o aparelho de som e ouvir todo o tipo de musica, desde que seja bem cantada e de bom gosto, digo bom gosto, mas para o meu gosto e que me agrade e até sinto saudades da década de 80 onde vocês poderiam ouvir nas rádios cantores com Ângela Maria, Agnaldo Timóteo, Nelson Gonçalves, Claudia Barroso, até mesmo Altemar Dutra que no mês de novembro do ano de 1983 viria a falecer e deixar saudades e outros tantos talentos perdidos por ai, sem a força da mídia, mas que não deixaram de ser cantores e que eram cantores de uma época em que um cantor pra ser cantor não precisava ser bonitinho e nem tão pouco ter aquele corpinho pra vender capas de revista, precisava mesmo era de um bom talento. Hoje restam-nos poucos ídolos, monstros sagrados da MPB vivos e nenhuma gravadora ou emissora de TV fazem nada pra que antes de seus últimos suspiros, e o mais cruel disso tudo é que no dia em que eles morrerem ai toda a parafernália corre em cima como urubus pra venderem jornais, revistas e até noticias na TV. Sou fã da cantora Ângela Maria – Abelim Maria da Cunha – 13/05/1928 – Macaé/RJ, apelidada de Zuquinha pela família, família essa de evangélicos e que saia escondida de casa dizendo que ia a casa da madrinha e na realidade ia se apresentar na Radio Nacional do Rio e que ganhou várias vezes o premio dado como a Cantora do Radio, chegando a ser proibida de se apresentar lá de tantos prêmios que ganhou e anos mais tarde de Sapoti (O sapoti é o fruto do sapotizeiro (Achras sapota L.) pelo então Presidente da Republica Getulio Vargas, simplesmente tem 80 anos e não me lembro de nenhuma emissora de TV, Rádio e até mesmo programas de TV terem feito tal homenagem a ela, afinal ela está vivinha da Silva, cantando em vários locais inclusive no Bar Brahma região central de São Paulo – Avenida São João, 677 e de vez em quando dá uma canja como jurada convidada do Programa do Raul Gil e nada de reverenciarem essa cantora que tem vários CDs gravados e que tem em sua discografia com mais de 100 LPs e que se apresentou em filmes da extinta Atlântida e com certeza em diversos programas de TV e que não se deram conta desse fato, afinal não é todos os dias em que se faz 80 anos e em plena atividade.
O que mais me entristece é a falta de memória desse povo que se diz intelectualizado e acredito que esclerosados pois memória que bom nada, amanhã (quero dizer em uma data bem distante ainda) ela vem a nos faltar e ai nesse dia sim com certeza será lembrada pra vender revistas e jornais, chamar a atenção do publico via radio e TV, serão lançados coletâneas e tudo mais, agora penso, porque fazer isso somente depois de sua partida? Pois palmas à ídolos mortos não tem graça, eles não vão poder sorrir, agradecer e nem nada. Realmente é uma falta de respeito, sinto falta de um programa da TV Cultura que se chamava Memória, nele se podia além de ver cantores, tinham-se entrevistas maravilhosas e com inserções de musicais cantadas por eles. Ai que saudade!!! Respeitem os artistas e a memória artística, enquanto ainda os temos e nada de faz com ela como fizeram com a Elizeth Cardoso que passou dias gravando no MIS (Museu da Imagem e do Som) toda a sua vida, carreira, depoimentos, musicas e que simplesmente, serviu pra ficar arquivado. Viva Ângela Maria e os Grandes Nomes da MPB.

Um show a parte


Hoje estou bem no estilo musical, mas ouvindo musicas e não barulhos e maluquices que as rádios estão a tocar e com certeza devido ao famoso jabá teremos de ouvir e por muito tempo musicas que sinceramente nada tem a ver, mas como o interesse maior das gravadoras é faturar mesmo que seja sem qualidade, é o risco que corremos, afinal é a lei do comercio, muito mais quantidade do que qualidade.
Às vezes me dou ao luxo de assistir a TV e por incrível que pareça assisto ao programa de Calouros do Raul Gil, exibido pela Band aos domingos por volta das 18 horas, dizer que ali não tem talentos seria muito atrevimento da minha parte, mas o que queria entender é o seguinte: O porquê de se ir ao um programa de calouros no Brasil onde se cantam musicas americanas, italianas e até em outros idiomas sendo que os jurados são todos brasileiros? Certo que a musica americana acredito eu que seja cantada no mundo todo, mas onde estão as musicas brasileiras e os nossos ídolos? Um programa até que digamos bem assentado e bolado a seu critério, mas faltam coisas a serem tratadas com um certo carinho afinal de contas valores vocacionais ali tem, isso é audível mas que está num caminho muito estranho e cá entre nós fora do digamos convencional.
Porque eu cheguei a assistir vários tipos de programas de calouros onde as pessoas que almejam a fama, a notoriedade e o sucesso iam lá cantar, e até muitas vezes iam meio que normal demais, cantavam e como cantavam bem e tão bem que estão ai na mídia até os dias de hoje, haja visto a cantora Elza Soares que foi ao programa do Ary Barroso e que foi destratada pelo apresentador mas que soube chegar lá, dar o seu recado e tem uma carreira longa, onde passou por todas as suas fases e que soube superar todas elas e que hoje aos 70 e poucos anos está ai na ativa e dando o ar da graça. E vejo que alguns calouros ali cantando estão mais preocupados com o visual e com caracterização do que até mesmo com o talento, de repente pode-se perder o fio da meada.
Tenho visto que até mesmo o tal programa se empenha em chamar alguns cantores famosos e de conhecimento publico pra fazerem parte do seu corpo de jurados e que está promovendo um tipo de convite do publico para que participe do programa como jurado convidado, legal, mas não seria talvez necessário que essas mesmas pessoas tivessem em si um certo preparo musical, pois até se pode dizer que fulano ou sicrano cantou bem mas dizer com uma certa veemência e técnica eu acho estranho pois falar de uma causa sem conhecimento é realmente inadequado.
Nossa televisão está carente de muitos talentos no quesito de apresentar, mas que o Apresentador dos domingos a tarde está pra lá de competente, mas que corre o risco de se perder devido aos excessos de micagens e caracterização de seus calouros e que às vezes chega a atingir ao júri. Gostaria de assistir um dia um programa mais centrado e que não só tivesse ali cantores (pois ali nenhum me parece um tanto calouro) que procurassem cantar mais a MPB e que a memória da mesma não fosse tão deixada de lado, afinal somos brasileiros, estamos no Brasil, de onde se tem tanto produto bom por ai perdido nas prateleiras e engavetado devido à americanização de tudo. Vale a pena conferir, erros a parte, um programa a se dar uma certa atenção. TV Bandeirantes, todos os domingos, à partir das 18 horas.