quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

O Médico e o Monstro

Quando criança eu sempre muito vivaz e danadinho, adorava assistir a TV e o meu xodó mesmo era com os filmes de terror afinal mesmo sabendo que era pura ficção eu achava estranho ver aquilo e na minha inocência chegava a ter medo, medo mesmo de dormir com a cabeça coberta achando que se aquele monstro me aparecesse e eu tivesse de cabeça coberta com certeza ele não me pegaria né. Só mesmo sendo criança pra achar isso.
Pois hoje com os meus 43 anos eu não durmo mais com a cabeça coberta mas sinceramente o que tenho visto de fatos horrorosos que sinceramente não gostaria que nenhum desses monstros me aparecessem pela frente, afinal o que está acontecendo com a humanidade? O que se passa? Algo muito estranho está acontecendo dia a dia e sabe o que fico estupefato é ver que fatos tão medonhos estão ganhando cada dia que passa mais status na mídia e a mídia em que foi criada pra nos divertir em si não está mais fazendo esse papel.
Poderíamos assistir na TV vários programas de humor, grandes shows musicais e até mesmo filmes de bom gosto e às vezes nem tanto, mas que dava pra prender a atenção da gente. Hoje você liga a TV e até começa a assistir um programa e de repente param o programa pra mostrar um cara horroroso de feio que seqüestrou a namorada e ficou dias com ela e a matou, um pai e madrasta que mata a própria enteada, um pai que faz de tudo pra aterrorizar a ex-mulher a tal ponto dela e o filho se atirarem pela janela e um casal que é morto e depois matam as filhas com barbáries e agora essa nova barbárie do médico especializado em reprodução humana, que atacou um bando de mulheres, realmente a TV acabou virando um circo de horrores, dou graças a Deus de ter a TV por assinatura pois quando a coisa começa a ficar insuportável eu vou e mudo de canal mas também não posso viver alienado e não prestar a atenção aos fatos diários senão daqui a pouco eu saio na rua sem assunto. Porque se é um programa desses de culinária até que é bom, mas é contraditório e de péssimo mau gosto, porque transmiti-los e de repente dentro do próprio programa uma pausa pra um patrocinador que é nada menos do que um remédio, livro ou uma roupa que emagrece, é o fim da picada e pura falta de concordância... E se é um programa de entrevista, a entrevistadora faz uma pergunta pro entrevistado e diz assim: - Estou te perguntando isso agora mas você só vai responder daqui a pouco porque agora tenho de ir ali falar com o meu publico, falar com o publico nada, falar com o bolso dela que depende daquelas paradinhas para receber o salário, sinceramente a TV aberta está ficando uma porcaria em vários sentidos, temos algumas coisas ainda aceitáveis mas estamos muito aquém de uma boa programação, e os shows de hoje em dia? Que porcaria, o cantor (a) aparece sabe Deus de onde canta, colocam uma gravação de alguém batendo palma e quando vamos ver o cantor (a) já está na casa dele, tamanha é a falta de respeito para com o telespectador. E a novela que assistimos o mais engraçado que a cenas dos próximos capítulos se for uma pessoa que tem uma percepção boa, nem precisa assistir ao dia seguinte porque só as cenas que mostram pra bom entendedor, já é o que passará no dia seguinte, me poupe. Agora voltando ao jornalismo sensacionalista, será que iremos assistir qualquer dia desses um Jack Estripador, um Crime da Mala, Um Assassino Bárbaro, Um Pedófilo e um Estuprador em pleno ato, ao vivo e a cores, afinal estamos na era digital, foi pra isso que quiseram a inventaram? E agora esse médico famoso, que já apareceu em diversos programas de TV e tem clientes de alto nível social e que os jornais dizem que ele pintou e bordou com as clientes, e olha que pelo noticiário não foram poucas, mas porque será que esperaram chegar a esse numerário tão grande de clientes pra descobrirem? E porque justamente agora apareceu um batalhão de mulheres querendo denunciá-lo? Afinal se ele abusou mesmo, não foram essas todas em um único dia.... E olha que a consulta dele não era pra qualquer um pagar, precisa ter Money, bala na agulha. Ai como eu gostava de assistir A feiticeira, Perdidos no Espaço, Túnel do Tempo, Jennie é Gênio, Daniel Bonnie, eram menos chatos!!!

A dor de uma mãe

Nunca pensei em um dia escrever esse tipo de coisa e nem tão pouco que fosse relatar um problema tão próximo a mim e da minha família, mas as vezes no momento de dor e desespero sempre temos de encontrar força, no mais perdido dos sentimentos e colocar pra fora tudo aquilo pelo qual as vezes passamos em silencio.
Hoje tenho vistos os dias passarem um após o outro e sempre de olho no telefone e cada toque que o mesmo dá, fico pensando qual será a má noticia que vão me dar, chego a sonhar com isso mas é próprio do momento e creio que seja o mesmo momento que minha mãe esteja passando também. Mãe, engraçado essa palavra tem um peso tão grande pra mim, no sentido de respeito e carinho e até mesmo das broncas que dou e das chamadas à razão que passo nela, nossa as vezes sou mais pai dela do que filho, pode ?
Um filho nasce, cresce, dá alegrias e depois de adulto vai viver a própria vida e passa a seguir o seu caminho sem muito olhar pra trás e acha-se o dono da verdade e as vezes até esquece de que tem mãe, não por maldade e porque as novas ocupações acabam por obrigar-lhe a ser assim. Até que um dia surge a doença, uma coisa horrível que vai destruindo pouco a pouco o filho e a todos que o rodeiam e juntamente com esse mal vem a dor junto, uma dor que não cessa e que chega a faltar o fôlego e o transforma em um menino novamente no qual até mesmo a mão de uma mãe massageando é confortadora e isso se arrasta por dias a fio.
Dias menos doloridos, dias mais doloridos e sempre na esperança que uma hora menos não crendo, acha que por força divina isso tudo vai passar, como se fosse um pesadelo e nada disso acontecer, até que aparece o medo, o medo de tudo, de ficar entrevado em uma cama, de ir pro hospital e ficar lá internado e até mesmo do abandono e esse medo ronda a todos que estão a sua volta, pois a expectativa que fica é que a qualquer momento tudo vai se acabar e que ele vai sarar, mas que na verdade estamos bem cientes de que a fim disso tem um nome e é o medo maior, a morte.
Um dia um médico disse pra uma grande amiga assim: Olha fulana de tal, quando nascemos a cada dia que passa, morremos um pouco, então no seu caso não tem mais cura, é tudo uma questão de tempo e sinceramente esse médico tinha uma razão ao falar nisso, pois morre-se e acaba tudo, mas acaba tudo para aquela pessoa que baixa sepultura, pois nós os do lado de cá temos de continuar a viver e ninguém é de ninguém nem mesmo nessa hora tão triste, enfim a vida é isso ai, mas essa mãe que chora, clama pela saúde de seu filho seria capaz de dar a própria vida pra salvar o filho e com certeza ele não faria o mesmo por ela, pois ele deixou de ser filho para ser marido, pai e avô.
Esta é a dor de uma mãe e só quem é mãe pode dizer.