quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

A dor de uma mãe

Nunca pensei em um dia escrever esse tipo de coisa e nem tão pouco que fosse relatar um problema tão próximo a mim e da minha família, mas as vezes no momento de dor e desespero sempre temos de encontrar força, no mais perdido dos sentimentos e colocar pra fora tudo aquilo pelo qual as vezes passamos em silencio.
Hoje tenho vistos os dias passarem um após o outro e sempre de olho no telefone e cada toque que o mesmo dá, fico pensando qual será a má noticia que vão me dar, chego a sonhar com isso mas é próprio do momento e creio que seja o mesmo momento que minha mãe esteja passando também. Mãe, engraçado essa palavra tem um peso tão grande pra mim, no sentido de respeito e carinho e até mesmo das broncas que dou e das chamadas à razão que passo nela, nossa as vezes sou mais pai dela do que filho, pode ?
Um filho nasce, cresce, dá alegrias e depois de adulto vai viver a própria vida e passa a seguir o seu caminho sem muito olhar pra trás e acha-se o dono da verdade e as vezes até esquece de que tem mãe, não por maldade e porque as novas ocupações acabam por obrigar-lhe a ser assim. Até que um dia surge a doença, uma coisa horrível que vai destruindo pouco a pouco o filho e a todos que o rodeiam e juntamente com esse mal vem a dor junto, uma dor que não cessa e que chega a faltar o fôlego e o transforma em um menino novamente no qual até mesmo a mão de uma mãe massageando é confortadora e isso se arrasta por dias a fio.
Dias menos doloridos, dias mais doloridos e sempre na esperança que uma hora menos não crendo, acha que por força divina isso tudo vai passar, como se fosse um pesadelo e nada disso acontecer, até que aparece o medo, o medo de tudo, de ficar entrevado em uma cama, de ir pro hospital e ficar lá internado e até mesmo do abandono e esse medo ronda a todos que estão a sua volta, pois a expectativa que fica é que a qualquer momento tudo vai se acabar e que ele vai sarar, mas que na verdade estamos bem cientes de que a fim disso tem um nome e é o medo maior, a morte.
Um dia um médico disse pra uma grande amiga assim: Olha fulana de tal, quando nascemos a cada dia que passa, morremos um pouco, então no seu caso não tem mais cura, é tudo uma questão de tempo e sinceramente esse médico tinha uma razão ao falar nisso, pois morre-se e acaba tudo, mas acaba tudo para aquela pessoa que baixa sepultura, pois nós os do lado de cá temos de continuar a viver e ninguém é de ninguém nem mesmo nessa hora tão triste, enfim a vida é isso ai, mas essa mãe que chora, clama pela saúde de seu filho seria capaz de dar a própria vida pra salvar o filho e com certeza ele não faria o mesmo por ela, pois ele deixou de ser filho para ser marido, pai e avô.
Esta é a dor de uma mãe e só quem é mãe pode dizer.

5 comentários:

Mara disse...

Realmente amigo. Às vezes eu fico apavorada de imaginar a dor que uma mãe sente ao perder seu filho ou mesmo vê-lo em sofrimento.
Mas a vida não acaba quando desce tumba à baixo não meu querido, discordo totalmente de vc nesta questão. Isso por que eu faço idéia de que o amor de uma mãe não morre nem quando um filho se vai, ele existe sempre, para sempre. É tão incondicional que supera até a morte.
Fica com Deus meu lindo e canalize os pensamentos bons neste momento. Sintonize os bons momentos vividos e transmita eles a sua mãezinha também.
Beijos

Juarez Santos disse...

Pippo, sua sensibilidade é impressionante e seus posts um convite à reflexão. Seu blog está lindo, muito bem escrito e delicioso de ler. Parabéns!
Papi Juarez

Leonardo disse...

É muito triste essa realidade,
o grande farol das nossas vidas é a "mãe" e deveria ter só alegrias na passagem pela terra. Nunca deveria ser permetido pelos desígnios do destino essa dor e sofrimento que uma mãe passa. Mas como tudo aqui é uma escola, ela vai direto para o pós doutorado do lado de lá.

Anônimo disse...

Eu acho que perder um filho...Sri não...ficava louca. Pirava de vez!
Já não sou muito normal, né...rs
Senti cada palavrinha sua. Como sua mãe deve sentir-se orgulhosa de você! A dor dela agora é inimaginável, você sabe, reze- já que acredita- e ajude-a o máximo que puder!
Amo vc.

Anônimo disse...

Querido Marrod,
lindo seu texto...

O Amor de Mãe é incondicional, seja ele nos momentos felizes e nos momentos de tristezas, seja lá qual for...
Amo minha Filha Rinara, digo todos os dias pra ela; " Vc é meu amor, vc é minha vida, vc é minha paixão vc é tudo pra mim e amo vc ". Ela repete todos os dias isso comigo..AMO DEMAIS, DEMAIS..
Bjos pra ti meu amigo.