segunda-feira, 31 de agosto de 2009

De Aluno à Professor, mas sempre aprendendo.


Porque sempre que a gente vê, presencia atos de cortesia e até mesmo de falta de educação e outros defeitos a gente pensa logo na educação?

No atual momento exerço a função de professor e na disciplina da língua italiana e até mesmo na francesa e graças a Deus não tenho tido problemas com alunos indisciplinados e nem tão pouco passado por atos de covardia, mas que as coisas nem sempre são assim, isso todo mundo sabe.

Com a péssima remuneração, com a falta de disciplina e até mesmo a falta respeito pelo mestre que trás pra sala de aula todo o seu aprendizado e que na realidade nem sempre é bem aproveitado. Afinal de contas no País em que vivemos a educação nunca foi tida como um ponto forte, pois a pessoa bem educada e bem informada poderia causar prejuízos aos cofres públicos e antes disso causar prejuízos as famosas urnas eleitorais.

O que eu tenho notado com o passar dos anos é que os alunos de atualmente estão indo para os dois extremos, ou querem saber sobre tudo e manter-se muito bem informado e antenado e par de tudo ou então vão pra aquela parte na qual o desinteresse é tão visível que nem ele mesmo sabe o que fazer em uma sala de aula.

Me lembro que quando eu estava na escola básica que antigamente se chamava de primário acho que era na quarta série, eu tinha uma professora chamada Virginia, sinceramente, era de uma competência invejável aos dias de hoje. Ela tinha presença em sala de aula e sabia se impor e cobrava dos alunos a famosa disciplina e com ela não se tinha moleza, era deveres em cima de deveres e por mais o dia fosse corrido pra ela que tinha várias turmas, no dia seguinte lá estava ela com o controle de classe pronto a corrigir a todos e por incrível que pareça naquela época eu já era um craque na arte de conjugar os verbos e os tinha sempre todos na ponta da língua.

Passei por uma fase boa de aprendizado quando comecei a aprender o idioma italiano e o francês e não me sinto bem capaz do que faço e me proponho a fazer e às vezes pego passando pros meus alunos até os trejeitos da minha ex-professora e atualmente amiga particular Neide, mas cá entre nós o que tem de mal em copiar as qualidades de alguém? Ainda mais quando se trata de uma pessoa competente e de uma sabedoria impar! Isso pra mim é orgulho e pra ela um presente de ter transmitido algo de bom, afinal nas centenas de alunos que teve, com certeza muitos a copiam nem que seja em sua maneira de ler e até mesmo na entonação das palavras.

Mas quem dera hoje os alunos que estudam, sejam em colégios particulares, do estado e até mesmo do município, tivessem a boa vontade de aprender algo, porque o professor é instruído a ensinar e está ali pra isso, mas os alunos nem sempre querem aprender, pois existem cursos pra ensinar, mas não pra fazer aprender, ai é que está o X da questão.

E o que deixa mais a desejar é que quando a pessoa paga seja por qual curso, ela acha que está aprendendo por aprender e quer porque quer que o professor coloque na sua cabeça todas as informações necessárias e sem ter o menor esforço, como fosse tirar um memory card do celular e coloca-lo no drive do PC e transferir todos os dados, simplesmente os alunos hoje em dia, além da preguiça tem a famosa má vontade de aprender e acreditam que se o papai e a mamãe têm o famoso cheque especial com certeza, pra quê estudar??? Pagam pouco, exigem muito e não querem aprender nada.

Já que pra ser famoso, obter dinheiro fácil e até mesmo poder ostentar um certo poder não se precisa de estudos! Temos exemplos vivos disso tanto na TV, na Política, nos esportes e ganham rios de dinheiro, com salários estratosféricos e até mesmo no poder e que agem de acordo com a ignorância que trouxeram de berço e que só não relincham porque o pescoço é curto, mas que como estão em evidência, com certeza continuaram a pensar, fazer as mesmas coisas de sempre. Afinal pra que aprender algo se o dinheiro não tem valor de educação? Eu preferi ser aluno e agora sou professor e quero continuar sendo assim, sempre aprendendo, afinal quem está sempre aprendendo tem a ensinar. Ao contrário de muitos, que se colocássemos sentados nus no chão de terra batida e pedíssemos pra que fizessem a letra O com as nádegas, não conseguiriam. Fazer o quê não é mesmo? E Viva a EDUCAÇÃO e os BEM EDUCADOS. Gosto de cabeças pensantes e intelectualizadas, isso faz um bem não só aos ouvidos, mas ao ego de quem os ensinou.

Imagem extraida do site:: http://www.jota7.com/img/noticias/livro_didatico.jpg

3 comentários:

Mara disse...

Penso meu querido, que o despreparo é geral e não só por parte dos alunos que são educados pelos pais, mas, também de faculdades que mal preparam os professores.
A verdade é que houve uma certa evolução no tratamento educacional dos filhos mas, muitos pais não conseguem acompanhar isso, suprindo assim os desejos dos rebentos com coisas materiais e é isso a meu ver que muda tudo. Vivemos na época em que o ter é o mais importante de tudo. Isso explica um monte de coisas.

Portal Satsuki disse...

Dato che sei stato un mio alunno d'italiano farò un commento in questa lingua, va bene ? È sempre un piacere sapere che un alunno ha imparato bene quello che gli ha insegnato, meglio ancora quando vedi che segue i suoi passi, questo vuol dire che lo scopo è stato raggiunto. Perché innanzitutto il professore deve essere un educatore, una persona che forma opinioni, almeno quello che aiuta qualcuno a trovare la strada giusta. Continua a scrivere ma per carità paragrafi più brevi mi raccomando. Bacioni

Portal Satsuki disse...

Ao longo dos 22 anos em que sou professora de italiano pude notar algumas mudanças de comportamento dos alunos em relação à matéria ministrada. Como em todo início eu tinha pouca experiência, mas felizmente os alunos não eram tão exigentes.
Comecei a dar aulas em uma escola pequena particular e logo a seguir em uma escola pública. Os alunos respeitavam o professor e ficavam satisfeitos com o conteúdo que lhes era passado.
Com o advento do computador e mais tarde da Internet e já ensinando em uma outra escola é que as coisas começaram a sair um pouco de controle principalmente porque o curso era pago. A partir de então o aluno quer saber de quantidade (como se fosse possível medir aprendizado assim!!) e velocidade. Querem aprender a gramática básica o mais depressa possível e com maior quantidade de palavras e não levam em conta que uma coisa é o professor ensinar, outra coisa é o aluno entender, ou melhor ainda, assimilar.
Só para dar um exemplo, ao pedir a um grupo que me trouxessem por escrito uma receita (para praticar o imperativo), um aluno me trouxe, sem ao menos se dar ao trabalho de escrever de próprio punho, uma receita impressa em dialeto, não em italiano.
Eu poderia contar vários "causos" que dariam para escrever um livro, mas o que gostaria de enfatizar concordando com o meu ex-aluno Marcelo é que infelizmente os professores aprendem a ensinar, mas cada aluno tem o seu modo de aprender e nem sempre a ficha cai do modo previsto. E esse aluno poderá vir a ser um futuro professor e assim o ciclo irá se repetir.
Pelo menos posso dizer com serenidade que a minha parte eu cumpri...apesar dos percalços!!!